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AGIR para não REAGIR!


Sempre tive vontade de dar meu testemunho no Banco de Vida da Terra da Sobriedade mas não sabia como começar. Então, como as coisas quase sempre não são ao acaso, lendo um livro "Codependência Nunca Mais" (Melody Beattice) tive a clara certeza do quão doente estive e quanto a Terra da Sobriedade foi significante (minha UTI) no meu tratamento, e que podia ser relevante no tratamento e compreensão desta minha doença por outras pessoas. Tenho buscado me conhecer mais intimamente. Percebi em pequenas mensagens, algumas leituras e muitas lembranças, uma pessoa da qual fugi anos e anos... EU. No perfil de alguém entendi que as vezes é preciso coragem para falar e mais coragem ainda para não dizer nada. E o que isso tem a ver com o Banco de Vida da TS? TUDO! O que a Terra da Sobriedade fez por mim não encontrei em nenhum outro lugar. E olha que busquei nas profundezas mais sombrias até entender que seria eu ,comigo mesma. A TS foi meus olhos, meus ouvidos e principalmente a minha voz. Tenho escutado a mim mesma. Busco a cura ou senão, uma maneira de viver melhor com os sintomas da minha doença. Me tornei mais atenta ao que era “ meu “ e aprendi a ler um texto saboreando as entrelinhas. Me sinto hoje pertencida. Sei que estou presente na memória de outros e que pessoas as vezes lembram do meu sorriso e dos meus prantos e, ainda assim sentem meu abraço de carinho, e o desejo sincero de que meu crescer seja incentivo para o crescimento deles. Desejei a morte enquanto buscava a vida. Louco não? Me pensei “desgraçada” e achava que não só eu havia perdido a graça (em todos os sentidos). Tudo se perdera numa vida sem sentido até a Terra da Sobriedade me devolver a dignidade perdida. Aprendi ali como parar a minha dor e assumir o controle daquilo que buscava. Aboli as minhas mentiras e não cedia mais as mentiras alheias. Enfim , me tiraram do buraco sem fundo que caia dia a dia. Fizeram com que eu desse o melhor de mim quando me mostraram que me tornara o pior de mim! Entendi que era eu comigo e ninguém tinha nada “a ver” com isso. Era eu com minhas dificuldades a serem superadas. Tem sido um processo longo e demorado. Doloroso também. Precisei voltar as minhas origens e descobrir todas as minhas raízes. Descobri segredos de família inimagináveis. Percorri muitos medos e sensações de estar enlouquecendo. Tentei terapia, gritei, ameacei, implorei, infartei... Voltei a vida e acreditem, durante a semana no CTI, sonhei com a Terra da Sobriedade. São seus ensinamentos que me mantêm em vida. As vezes ainda me perco em outras pessoas mas logo volto a relaxar e desfrutar de mim mesma. Já acreditei que distâncias resolveriam mas a mudança precisa ser interna, de dentro pra fora , não de estado ou país. Vez em quando ainda carrego o luto do que já se foi. Só não perdi a crença de que nenhum amor é incondicional! Outro dia ouvi a frase: IDENTIFIQUE, NÃO COMPARE! Aprendi isso com a Terra também: Não julgar! Nossa atenção precisa estar voltada para nós mesmos pois a cura não está no outro, por mais que a gente acredite que esteja. Não permitir que comportamentos alheios nos afetem a ponto de nos ferir. O sim e o não passam a ser por mim mesma e não por medo. Acreditar em mentiras pode ser reconfortante de inicio mas depois acabamos nos sentindo traídas e feridas. AGIR para não REAGIR! Ver o que posso fazer de melhor HOJE! Não dá para armazenar para amanhã o alimento de hoje, pois ele azeda e faz mal. Muitas vezes fazemos coisas para nos proteger que acabam se virando contra nós. Conscientização, aceitação, ação! Mudanças! Se nada muda, nada muda... Cada um é responsável por si mesmo e a recuperação ajuda a acabar com a insuportável dor com a qual muitos de nós tem vivido. Melhor viver um dia de cada vez, o aqui e agora, fazendo o que dou conta hoje, dando aos outros a liberdade que buscamos para nós mesmos. Muitas vezes ,nas reuniões de mútua ajuda, me sentia repreendida pelo fato de só falar “de mim” e não do “outro”. Num de meus aniversários, comprei flores amarelas (adoro amarelo) e me presenteei. Decorei a casa e toda vez que passava por elas era como me lembrando de celebrar a vida. Como gostaria que outras pessoas (mesmo a minha família) ouvissem e entendessem do que estou falando. Ninguém é capaz de dar o que não tem, então é preciso ter paz, amor, serenidade para conseguir passá-las adiante. Minha filha costumava brincar com meus avanços: Mãe versão 2008...2009...2015... Certa vez ouvi que quando as coisas estavam impossíveis de resolver era a hora perfeita de entregar nas mãos D’aquele que pode ... Enganando a mim mesma, segui acreditando que dali pra frente ia ser tudo diferente. Continuava a fazer tudo igual na esperança de um resultado diferente. Não mudamos as pessoas. Qualquer tentativa disso é ilusão e desilusão! Podemos sim fazer coisa que aumentem a possibilidade de que elas queiram mudar. Bateu em cheio sobre minha cabeça este trecho que li no tal livro: “Salvamos pessoas de suas responsabilidades. Tomamos conta das responsabilidades deles. Depois ficamos com raiva deles pelo que nós fizemos. Então nos sentimos usados e com pena nós mesmos.” Usei a palavra nós pois transcrevi o texto. Não sei se é assim com todos mas foi assim comigo. Cada folha lida vira uma lembrança de momentos que vivi, de coisas que ouvi , sentimentos que chorei e compartilhei nas reuniões da TS. Engraçado como a gente fica surdo para aquilo que não se quer ouvir, ver ou viver. Entendo mais ainda agora, que cada um de nós tem seu tempo de despertar. Depois de uma pausa, reinicio lendo o rascunho do que já escrevi. Put’s, de novo só falando de mim. Parei, pensei: Isso é bom? É ruim? É errado me levar em consideração (como faço com os outros) e parecer egoísta? Continuei a leitura e de novo a coincidência: “Somos a melhor coisa que jamais acontecerá conosco. Acredite nisso! Isso não é um erro!... o primeiro ato de honrar a nós mesmos é direcionar a luz da busca da consciência para fora, em direção ao mundo, e para dentro, em direção ao próprio ser. Não fazer este esforço é errar no mais profundo de nós mesmos. Praticar o egoísmo no sentido mais elevado e exige muita coragem e integridade!” Aí, disse a mim mesma, você está no caminho certo! Aceitamos tudo através destes passos: Negação, Raiva, Negociação, Depressão, Aceitação. Ainda hoje transito por todos eles. Enfim, as reuniões (que iniciei a participação para ajudar outras pessoas), descobri eram para trabalhar por mim mesma, foram realmente minha salvação. E durante anos ,todas as quartas-feiras e sábados, as freqüentei sabendo que ali podia chorar e principalmente ser quem eu era. Saúde traz saúde. Se começarmos a trabalhar a nós mesmos, nossa boa saúde pode passar para outra pessoa da mesma forma que sua doença passou para nós. A Terra da Sobriedade me ajudou a perceber minha maior responsabilidade: Cuidar de mim, parar de controlar os outros e assumir o controle da MINHA VIDA! Hoje tenho certeza, “o outro não é mais a pessoa que foi . Eu também não!


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